13 DE MAIO DIA A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA NO BRASIL
HISTÓRIA
Queima dos arquivos da escravidão no Brasil
O 13 de maio é uma data histórica no Brasil, marcada pela assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no país em 1888. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, pôs fim ao trabalho escravo dos afro-descendentes, libertando mais de 700 mil pessoas. A abolição, no entanto, não foi acompanhada de medidas para a inclusão da população negra na sociedade, levando a uma luta contínua por igualdade e justiça.
- Significado histórico:
- Lei Áurea:
A Lei Áurea, assinada pela
Princesa Isabel, declarou a escravidão extinta desde a data da lei, libertando
mais de 700 mil escravos.
- Contexto histórico:
A abolição da escravidão foi
resultado da luta do movimento abolicionista, da sociedade civil e,
especialmente, da luta dos próprios escravos.
- Desafios persistentes:
Apesar da abolição, a
população negra continuou sendo marginalizada, não tendo acesso à terra, à
educação e a oportunidades dignas.
- Reconhecimento da luta:
A data também serve para
reconhecer o papel da população negra e dos movimentos abolicionistas na
história do Brasil.
- Discussões e debates:
O 13 de maio continua sendo
objeto de discussão e debate, com alguns reconhecendo-o como um marco da luta
contra o racismo, enquanto outros veem a data como um processo inacabado.
"Fazendo uma pesquisa rápida na
internet vi muitas escritas falando sobre a queima de arquivos proferida pelo então
Ministro da Fazenda Rui Barbosa em 1891".
Queima dos arquivos da
escravidão no Brasil
A queima dos arquivos da escravidão no Brasil ocorreu no dia 13 de maio de 1891, por ordem de Ruy Barbosa, então Ministro da Fazenda.[1] No dia 14 de dezembro de 1890, um documento assinado pelo ministro anunciava a queima de todos os registros de cartório sobre compra e venda de escravos no Brasil, incluindo livros de matrícula, controles aduaneiros e registros de tributos. O documento também determinava que os registros fossem enviados para o Rio de Janeiro, capital da república, onde seriam queimados.
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Foto: Portaria do Ministério da Fazenda assinada por Rui Barbosa |
Acredita-se que o ministro emitiu o documento com a intenção de que os ex-proprietários de escravos não pudessem pedir indenização após a abolição da escravidão pela Lei Áurea, em 1888.[4] Por outro lado, acredita-se que a queima dos documentos também tenha impedido que ex-escravos pudessem ter acesso às datas das suas compras, que, em tese, poderiam ser usadas para exigir recompensa por terem sido ilegalmente escravizados, já que desde 7 de novembro de 1831 o tráfico de escravos para o Brasil foi proibido. Havia a possibilidade de buscas por indenização por parte de ex-escravos porque a determinação do fim do tráfico não teria sido cumprida. Estima-se que, depois de 1831, em torno de 300 mil africanos escravizados entraram por meio do tráfico no Brasil.[1] A queima dos arquivos também teria inviabilizado a hipótese de uma retomada, pelo novo regime republicano, dos planos da Princesa Isabel de indenizar ex-escravos com terras e ferramentas para trabalhar.
Na época o jornal o Estado de São Paulo publicou, em edições distintas, sobre o tema:
"O Estado de S.Paulo -
23/12/1890 - Oposição à destruição. Em 20 de dezembro de 1890, uma moção de
apoio ao despacho de Ruy Barbosa foi votada e aprovada no Congresso Nacional.
Mas, não sem oposição. Representantes de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande
do Sul se colocaram contra o despacho. A edição de 23 de dezembro do Estado
trouxe mais detalhes sobre a sessão.
A nota contava que o
deputado Francisco Coelho Duarte Badaró (MG)
registrou seu protesto contra a queima de todo arquivo da escravidão no Brasil.
Após colocar a ressalva que não se pronunciava contra a "obra meritória da
abolição" mas contra a destruição dos documentos, disse: "não devemos
fazer o papel de iconoclastas, devemos ter um arquivo".
"A nossa vida é nova, mas
precisamos ter a nossa história escrita com provas verdadeiras. Pelo fato de
mandar queimar grande número de documentos para a história do Brasil, a
vergonha nunca desaparecerá, nunca se poderão apagar da nossa história os vestígios
da escravidão", continuou o deputado.
Na edição de 21 de dezembro de
1890 o Estado publicou na sua capa uma crítica à ordem de Ruy Barbosa. Ela
questionava o direito de um ministro sobre o destino dos documentos que
"mais do que aos arquivos das repartições, pertencem à história".
Base legal
O documento assinado por Rui Barbosa tivera base legal autorizada pelo artigo 11, parágrafo único do decreto Nº 370, de 2 de maio de 1890,[9] que era a Lei do Registro Civil criada no governo provisório de Deodoro da Fonseca, o citado parágrafo único tem a seguinte redação original: "Paragrapho unico. Os livros do registro sob o n. 6, nos quaes era transcripto o penhor de escravos, serão incinerados, e si delles constarem outros registros, estes serão transportados com o mesmo numero de ordem para os novos livros de ns. 2, 4 ou 5". (Decreto nº 370, de 2 de Maio de 1890, artigo 11, parágrafo único).
Trechos retirados do site: https://www.intercept.com.br/2018/12/16/rui-barbosa-quadrinho/
Há algumas semanas, eu escrevi o roteiro de um quadrinho desenhado pelo Estevão Ribeiro e o mundo caiu sobre minha cabeça. A personagem do Estevão, a Rê Tinta, conduziu uma conversa sobre a incineração de documentos relativos à escravidão brasileira. Sob as ordens do então ministro da Fazenda, Rui Barbosa, fogueiras foram acesas pelo menos no Rio de Janeiro e na Bahia para queimar e destruir milhares de papéis sobre importação de escravos. E, com eles, nossa história.
Rui Barbosa é um dos nomes
mais aclamados da história moderna brasileira. E não era racista. Antes disso:
ele foi abolicionista, como nós dissemos em nosso quadrinho.
O motivo, registrado no
despacho do então ministro, está ali:
“(…) destruir esses vestígios
por honra da pátria e em homenagem aos deveres de fraternidade e solidariedade
para com a grande massa de cidadãos que a abolição do elemento servil entraram
na comunhão brasileira.”
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